Futebol arte: conversamos com o fotógrafo brasileiro destaque em prêmio internacional 1q4e4a
Mineiro Yuri Laurindo faturou o terceiro lugar na disputa do AIPS Sport Media Awards pela categoria de 'Jovem Repórter em Fotografia' 665u6s
Desde 1863, quando o futebol como conhecemos hoje foi criado na Inglaterra, a fotografia cumpre um papel que vai muito além do que simplesmente documentar o esporte mais popular do planeta. As lentes se tornam os olhos, o testemunho e a memória eternizada pelo clique da câmera.
Foi através da fotografia que o mundo pôde fantasiar os mil gols de Pelé, os desconcertantes dribles de Garrincha ou a lendária bicicleta de Leônidas da Silva muito antes da chegada da TV.
Para além das quatro linhas, a fotografia deu vida à magia das arquibancadas: imortalizou a esperança irreverente dos “geraldinos” do antigo Maracanã, as bandeiras de bambu, as charangas, o povo e a festa de um tempo que não existe mais.
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Brasil no pódio mundial 582a4p
Um dos expoentes do jornalismo esportivo brasileiro, o fotógrafo Yuri Laurindo faturou o terceiro lugar no AIPS Sport Media Awards, pela categoria de “Jovem Repórter em Fotografia” – o concurso é considerado uma das mais relevantes premiações do setor.
Intitulado “Sangue, Dor e Paixão’, o registro revela a devoção catártica de uma torcedora do Racing apoiada entre arames farpados do alambrado do estádio El Cilindro, em Buenos Aires, durante vitória da equipe sobre o Corinthians, pela Copa Sul-Americana, em 2024.
O registro rendeu reconhecimento internacional ao fotógrafo mineiro, que foi destaque pela segunda vez na premiação organizada pela Associação Internacional da Imprensa Esportiva (AIPS). “Para mim, essa fotografia é a representação perfeita do futebol na América Latina”, define o fotojornalista.

Recentemente, batemos um papo com Yuri Laurindo sobre fotografia, arte, futebol sul-americano e, claro, o reconhecimento de seu trabalho atrás da câmera . Confira!
1 – O que prêmio representa? – do ponto de vista pessoal e profissional 4k1e4v
O dia a dia do fotógrafo esportivo, por mais que seja surreal pra outras pessoas, acaba se tornando uma rotina. E quando você entra em uma rotina, esquece um pouco do porque fazer aquilo e, no nosso caso, como a arte continua sendo a base de tudo e sempre foi.
Ser reconhecido pra mim não tem tanto a ver sobre a glória de receber um prêmio ou algo do tipo, mas sim sobre voltar pra mim, voltar para o que eu enxergo da fotografia e da arte e, principalmente, me valorizar internamente em relação a isso. Não tem nada mais importante que isso, mesmo com outros desdobramentos incríveis pra minha carreira.
2 – Como vê a relação entre futebol e fotografia? 2dd6o
Eu sempre fui um torcedor apaixonado pelas histórias ao redor do futebol e desde sempre a fotografia foi a maior aliada para manter essas histórias vivas.
Pra mim, não existe uma história sendo contada sem fotografia, ela é a única coisa que pode te transportar tão perfeitamente pra dentro de uma situação emocionante. Essa relação de memória e o esporte é única e nada é como a fotografia pra manter ela selada.
3 – “Sangue, suor e paixão” dá nome ao registro feito no El Cilindro. O que a imagem diz? 3w2m30
Para mim, essa fotografia é a representação perfeita do futebol na América Latina. Nos últimos anos, percorri vários países da América do Sul coletando um acervo de um projeto pessoal sobre particularidades do nosso futebol e em todas elas a paixão acima do sofrimento era retratada.
Essa em específico, destaca ainda mais essa situação e, pra mim, é a definição perfeita da “liberdade” que a gente sempre busca. Estar ali, viver nossas paixões e deixar tudo em segundo plano. É algo único e nosso, que não encontramos em outro lugar no mundo.
4 – Como foi o momento em que você fotografou a torcedora? 4m1q6m
O momento em que essa foto foi tirada foi um verdadeiro bombardeio de informações na minha cabeça. O Racing tinha voltado a uma final internacional depois de anos e o El Cilindro estava um caos, por todos os lados cenas incríveis de uma catarse e quando olho pra cima, essa cena acontecendo.
Por alguns segundos travei e comecei a contemplar o que tava ando diante de mim e me senti muito agradecido de estar vivendo a história diante dos meus olhos. Logo depois disso, cliquei várias fotos em uma fração de segundos mas só depois percebi o impacto do que tinha capturado.