Estudo aponta risco real para fungo de “The Last of Us” se tornar uma ameaça global 292hg

Segundo pesquisa, o aumento das temperaturas deve favorecer a expansão de fungos causadores de doenças graves 26194a

29/05/2025 18:15

HBO Max/Divulgação
HBO Max/Divulgação

Eles estão no ar que respiramos, no solo sob nossos pés e até mesmo na poeira que se acumula em casa. Embora muitas vezes invisíveis, os fungos fazem parte essencial dos ecossistemas. No entanto, alguns deles também representam sérias ameaças à saúde humanae a crise climática pode estar ajudando a espalhá-los por novas regiões.

Um estudo recente liderado por cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, lança luz sobre essa preocupação crescente. Usando modelos climáticos e simulações computacionais, os pesquisadores projetaram o avanço geográfico de espécies do gênero Aspergillus, fungos encontrados globalmente e conhecidos por causar aspergilose, uma infecção potencialmente fatal nos pulmões.

A análise sugere que o aquecimento global está abrindo caminho para que esses organismos se estabeleçam em locais onde antes não conseguiam sobreviver. De acordo com as projeções, áreas da América do Norte, Europa, China e Rússia poderão se tornar ambientes propícios para o crescimento e disseminação desses fungos nas próximas décadas.

Apesar de muitas pessoas inalarem esporos de Aspergillus todos os dias sem adoecer, o cenário é bem diferente para quem tem doenças pulmonares, como asma ou fibrose cística, ou para pacientes com o sistema imunológico fragilizado. Nesses casos, a infecção pode ser grave, com altas taxas de mortalidade, e o diagnóstico nem sempre é simples.

Como as mudanças climáticas fortalecem o fungo citado em “The Last of US”? 154d44

Ainda de acordo com o estudo, os fungos liberam esporos microscópicos que podem se espalhar pelo ar e percorrer longas distâncias, especialmente com a intensificação de eventos climáticos extremos como secas, enchentes e furacões.

Série retrata mundo devastado por uma pandemia causada por um fungo – Warner Bros/Reprodução
Série retrata mundo devastado por uma pandemia causada por um fungo – Warner Bros/Reprodução

Além disso, o aquecimento do planeta pode estar tornando esses fungos ainda mais perigosos: ao se adaptarem ao calor, eles também podem se tornar mais aptos a sobreviver dentro do corpo humano, o que eleva o risco de infecção.

Outro ponto de alerta é o crescente surgimento de cepas resistentes aos medicamentos disponíveis. Atualmente, existem apenas quatro classes de antifúngicos, o que limita as opções de tratamento para infecções graves.

Entre os fungos que merecem atenção especial está o Aspergillus flavus, incluído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua lista crítica de patógenos em 2022.

Além de afetar humanos, essa espécie pode contaminar alimentos, colocando em risco a produção agrícola e a segurança alimentar. O estudo indica que sua área de ocorrência pode aumentar em mais de 70% até o fim do século, principalmente em regiões do norte europeu.

Curiosamente, em algumas partes do planeta — como a África Subsaariana — o calor extremo poderá acabar dificultando a sobrevivência desses fungos. No entanto, essa possível “barreira térmica” também traz preocupações ecológicas, já que os fungos desempenham funções vitais na decomposição e na fertilidade do solo.

Mesmo que pareça um tema distante, o avanço dos fungos patogênicos já é uma realidade para muitos profissionais da saúde, que enfrentam desafios tanto no diagnóstico quanto no tratamento dessas infecções. E, como mostra a pesquisa, é provável que essa ameaça se torne ainda mais presente no futuro.

Com um mundo em transformação acelerada, compreender melhor esses organismos e desenvolver estratégias de vigilância e controle eficazes será essencial para proteger a saúde pública e ambiental nas próximas décadas.


Estudo descobre ligação entre fungo e Alzheimer 60m30

Um estudo recente publicado na revista Cell Reports descobriu uma ligação entre um fungo comum e a doença de Alzheimer. 

Cientistas do Baylor College of Medicine, nos EUA, revelaram como o fungo Candida albicans entra no cérebro, desencadeia mecanismos que auxiliam na sua eliminação e gera fragmentos de proteínas tóxicas conhecidas como peptídeos. Essas proteínas são semelhantes ao beta amilóide – um elemento-chave no desenvolvimento da doença de Alzheimer.

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