OMS pode incluir uso excessivo das redes sociais como novo CID 6t1e6z
Se essa nova condição for reconhecida pelos sistemas internacionais de saúde, como CID, os países terão respaldo para criar políticas públicas 4l2f2x
A relação de adolescentes com as redes sociais tem despertado preocupação crescente entre especialistas em saúde mental. Um novo movimento científico busca reconhecer o uso excessivo desses aplicativos como um transtorno psiquiátrico formal.

A proposta, divulgada por um grupo de pesquisadores, sugere que o comportamento compulsivo em plataformas digitais seja oficialmente categorizado como doença mental, o que poderia afetar diagnósticos, tratamentos e políticas públicas em todo o mundo.
Proposta pode transformar redes em nova fronteira da psiquiatria 5t2019
A ideia está ganhando visibilidade após a publicação de um artigo na revista científica JAMA, da Associação Médica Americana, que propõe critérios para diferenciar o uso comum do uso patológico de redes sociais. Se aprovada, a condição poderá entrar para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
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Esse manual é referência global entre médicos e psicólogos e influencia diretamente como transtornos mentais são diagnosticados e tratados. A proposta também pode ser adotada na Classificação Internacional de Doenças (CID), organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudo indica efeitos reais do uso excessivo de telas q2q1c
A base da proposta é uma pesquisa da Universidade de Stony Brook, em Nova York, liderada pela sanitarista Lauren Hale. O objetivo foi investigar como o tempo de tela afeta o bem-estar de adolescentes. “A redução do uso de telas teve um efeito geral positivo nas dificuldades comportamentais de crianças e adolescentes”, escreveu Hale.
Os resultados mostraram que, com menos exposição às redes, os adolescentes apresentaram menos comportamentos internalizantes e mais interações sociais positivas. O estudo destaca que a moderação no uso das redes pode impactar diretamente a qualidade de vida dos jovens.
Família e uso consciente são pontos-chave 5b6g24
Lauren Hale reforça que o papel da família é fundamental nesse processo. Segundo ela, “pesquisas futuras devem explorar os potenciais efeitos diferenciais dos vários tipos de uso de mídias de tela e analisar mais profundamente se a participação coletiva da família em tais intervenções é um componente essencial para os benefícios observados”.
Hale também aponta a necessidade de investigar se esses efeitos positivos se mantêm com o tempo: “Além disso, mais pesquisas são necessárias para confirmar se esses efeitos são sustentáveis a longo prazo”.

Nova escala pode ajudar diagnósticos 644x36
O pediatra Dimitri Christakis, da Universidade de Washington, desenvolveu uma escala para avaliar quando o uso de redes sociais por adolescentes deixa de ser saudável. O instrumento leva em consideração o tempo gasto e a intensidade da dependência emocional dos usuários.
Essa escala busca oferecer parâmetros concretos para os profissionais da saúde mental detectarem sinais de vício e proporem intervenções eficazes. A ferramenta é vista como um avanço rumo à formalização desse possível novo transtorno.
Impactos de uma nova classificação 2n2i3e
Se essa nova condição for reconhecida pelos sistemas internacionais de saúde, como o DSM e o CID, os países terão respaldo para criar políticas públicas específicas, como campanhas de prevenção, orientações clínicas e tratamentos financiados pelo sistema público.
A inclusão do vício em redes como transtorno mental poderá mudar radicalmente a forma como educadores, profissionais de saúde e famílias lidam com o tema.