Festival em Cunha (SP) destaca 50 anos da cerâmica local c6u2r

Cunha tem a maior concentração de Noborigamas fora do Japão, com seis fornos pela cidade 6k2669

12/06/2025 19:33

No interior de São Paulo, entre montanhas e estradas sinuosas, Cunha se prepara para um de seus momentos mais simbólicos do ano: o Festival da Cerâmica. De 13 a 22 de junho, a cidade celebra sua ligação histórica com a cerâmica de alta temperatura, em uma edição especial que marca meio século da chegada do forno Noborigama ao município.

Pedra da Macela, em Cunha (SP), faz parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina
Pedra da Macela, em Cunha (SP), faz parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina - Thiago Rabello/ICMBio

Reconhecida como “Capital Nacional da Cerâmica de Alta Temperatura“, Cunha abriga o maior número de fornos Noborigamas fora do Japão. E não por acaso: foi lá que, nos anos 1970, um grupo de artistas instalou o primeiro forno do tipo no Brasil. A iniciativa transformou a cidade em referência nacional e internacional na arte cerâmica.

A programação deste ano homenageia esse marco com uma série de atividades distribuídas por ateliês, galerias e espaços culturais. Exposições, palestras, vivências e a tradicional abertura de fornadas prometem movimentar o calendário e atrair visitantes de todas as regiões.

Festival da Cerâmica de Cunha: abertura com fogo e tradição 5b50s

O ponto alto do Festival da Cerâmica de Cunha será, mais uma vez, a tradicional abertura de fornada no Ateliê Suenaga e Jardineiro, um dos pioneiros da cidade. Marcada para o dia 14 de junho, a queima no forno Noborigama é um espetáculo à parte: além da performance visual, é uma oportunidade única para entender de perto a complexidade e a beleza do processo artesanal.

Primeiros ceramistas de Cunha: Mieko Ukesekie (à esq.), Alberto Cidraes e Kimiko Suenaga
Primeiros ceramistas de Cunha: Mieko Ukesekie (à esq.), Alberto Cidraes e Kimiko Suenaga - Divulgação

O Noborigama —palavra japonesa que significa “forno de subida”— é um sistema construído em aclive, com câmaras interligadas, que permite alcançar temperaturas superiores a 1.300ºC. Esse método resulta em peças únicas, com esmaltes naturais e texturas orgânicas criadas pelas cinzas durante a queima.

Ateliês abertos e arte em cada esquina 2192m

Durante o festival, mais de 50 ateliês de Cunha mantêm suas portas abertas para visitação. Cada espaço revela diferentes estilos e técnicas, do raku à cerâmica esmaltada, permitindo ao público vivenciar a pluralidade da produção local. A cidade se transforma em uma grande galeria a céu aberto, onde é possível conversar com os artistas, ver peças únicas e, claro, levar uma lembrança especial para casa.

Festa da Cerâmica reunirá várias atrações para o público que visitar a cidade no feriado de Corpus Christi
Festa da Cerâmica reunirá várias atrações para o público que visitar a cidade no feriado de Corpus Christi - Divulgação

Alguns dos ateliês mais visitados durante o festival são o Ateliê Suenaga e Jardineiro, o Ateliê Gaia, o de Alberto Cidraes e o Ateliê Augusto Campos. Vale programar o roteiro com calma e incluir paradas nas cafeterias e bistrôs espalhados pela região, muitos deles com vista para as montanhas da Serra do Mar. Confira a programação completa do Festival da Cerâmica de Cunha aqui.

Cunha além da cerâmica 2c4a41

O Festival da Cerâmica de Cunha também é uma ótima desculpa para explorar outros atrativos da cidade. Conhecida por seu clima ameno e pela natureza exuberante, a cidade abriga cachoeiras, trilhas e lavandários que encantam os visitantes. O Parque Estadual da Serra do Mar, com o pela estrada Cunha-Paraty, é uma das opções mais procuradas por quem quer se reconectar com a natureza.

Forno Noborigama em atividade em um dos ateliês de Cunha
Forno Noborigama em atividade em um dos ateliês de Cunha - Divulgação

E para quem quiser estender a viagem, Paraty está a apenas 47 km de distância — uma bela viagem pela serra, perfeita para quem busca combinar cultura e paisagem em um único roteiro.

Como chegar 5u6h4y

Cunha está a 230 km da capital paulista. O visitante deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até a Saída 65, em Guaratinguetá. Depois seguir pela Rodovia Paulo Virgínio (SP-171) até Cunha.

Quem for de ônibus, também deve ir até Guaratinguetá. Na rodoviária há ônibus intermunicipal até Cunha. Os horários das partidas devem ser checados no local.